The Mask You Live In – o machismo que oprime
Basta um homem repetir qualquer comportamento tido como “típico” do sexo masculino que eu já digo logo “nossa, mas isso é coisa de homem” e com minha ‘superioridade feminina’ reviro os olhos. Digo isso morrendo de vergonha porque eu sei que estou muito errada e reconheço que, muitas vezes, temos passado do ponto.
Um dos livros que estou lendo me chamou atenção para este exagero ao dizer que não podemos pôr todo o peso de uma cultura patriarcal nos ombros de um homem só. Querendo ir mais fundo no tema e na reflexão, resolvi assistir o documentário do Netflix, The Mask You Live In e tomei o tapa na cara que eu precisava.
Um dos livros que estou lendo me chamou atenção para este exagero ao dizer que não podemos pôr todo o peso de uma cultura patriarcal nos ombros de um homem só. Querendo ir mais fundo no tema e na reflexão, resolvi assistir o documentário do Netflix, The Mask You Live In e tomei o tapa na cara que eu precisava.
Meu primeiro conselho é: assistam o filme. Ele começa nos mostrando meninos, crianças, jovens adultos, que se sentem extremamente tristes e sozinhos porque foram ensinados a reprimir e esconder todas as suas emoções. Desde cedo lhes disseram que homem não chora, que não sente dor, que não pode ficar muito com um amigo só, entre outras coisas que nós, mulheres, muitas vezes nunca nem paramos para pensar. Imagina só depois de um pé na bunda tremendo não poder ligar para sua melhor amiga, contar todos os detalhes mais íntimos e chorar no colo dela? Pois é, ainda hoje, muitos meninos não se sentem confortáveis em fazer isso.
Essa diferença de tratamento entre menino e menina vem, claro, do berço, e tem muito o que melhorar. Enquanto as meninas são ensinadas a cuidar de bonecas e cozinhar, os meninos são desde cedo incentivados a brincadeiras violentas, com armas e agressões físicas. Isso com o passar dos anos evolui para o vídeo-game, e eu te convido a assistir 5 minutos de um vídeo desses jogos no YouTube sem se chocar.
A combinação, portanto, de rapazes que foram ensinados a reprimir todas suas emoções, a não chorar ou sentir dor, a não dividir suas angústias, com o constante incentivo a violência e ao uso de álcool e substâncias psicoativas só poderia ser o que é: uma explosão.
Veja bem, não estou justificando nada, acredito que somos todos seres pensantes capazes de discernir o bem e o mal. Estou falando de situações menores, do nosso dia a dia. Por exemplo, se em seu relacionamento, ao tentar ter uma conversa mais séria e profunda sobre seus sentimentos, não se frustre se encontrar no parceiro uma dificuldade de se expressar, não revire os olhos como eu faço. Vamos tentar o caminho da empatia?
O que temos visto de mudança nas mulheres é incrível e eu tenho certeza que essa nova geração vai ser revolucionária – the future is female. Não podemos esquecer, porém, que cabe a nós também a mudança que queremos ver nos meninos – afinal, são os pais que educam e ajudam a formar o caráter de seus filhos. Além disso, podemos sempre tentar conversas construtivas com nossos amigos, namorados, maridos, tios, tudo. Muitas vezes mudança de pequenos hábitos, como incentivá-los a demonstrações de afeto, oferecer um ombro amigo e abrir um espaço para um relacionamento mais profundo pode mudar muita coisa. A empatia, eu te digo, muda o mundo.
Como nós, os meninos e homens estão também passando por uma grande mudança e precisamos nos apoiar. Isso sem falar o quão ultrapassado é falar de gênero em 2017, já que no fim somos todos humanos e o que importa mesmo é ser feliz. Vamos juntos?
Assista um pouco aqui: