Existe um termo que comporta uma série de atividades e metodologias para deixar um espaço público realmente ativo, para que o espaço público seja pertencente às pessoas que o frequentam, por meio de diálogo com a comunidade e participação ativa dessas pessoas dentro desse espaço. Isso se chama Placemaking. É um termo com conceito lindo que envolve diálogo, empatia, convivência real, transformação e troca. Placemaking é uma ferramenta que conecta as pessoas com seus lugares promovendo acesso à cultura com diversidade.

Diferentemente de shopping, bar ou restaurante você ter um espaço que te transforma como pessoa, um espaço que é de todos - por ser público - e feito para todos, ou seja, acessível para qualquer pessoa e, além disso, ter atividades culturais que interagem o espaço com todas as pessoas que ali frequentam, traz uma satisfação e bem estar impagáveis.

Quanto mais o lugar se comunica com a sociedade, mais ativo e empático ele se torna. Por exemplo, um prédio com muros altos se isola da comunidade em torno dele, não dialoga com o que se passa fora do mesmo, impedindo seus moradores de conviver com o olhar da diversidade e, consequentemente, não estimulando a empatia.

Espaços públicos podem ser vistos com essa mesma linha de raciocínio: não adianta criar grandes espaços sem a existência do diálogo com pessoas que moram na região ou que frequentam esse local, essa transformação não é de cima para baixo. Sua existência real só pode ser formada em conjunto, pois não há espaço realmente ativo sem pessoas.

Você já parou para se perguntar quais são os locais onde mais frequenta? Esses lugares te inspiram, te envolvem ou te transformam como pessoa? Eles te conectam com pessoas iguais à você ou expande para um mundo diferente do seu, com arte, diálogo e culturas diferentes?

Paola Caiuby trouxe sua linda experiência nesse Bate-Papo realizado em 2016. Trabalhando em multinacional, teve a oportunidade de morar na Europa por um período e lá sentiu uma grande diferença no seu modo de viver pois acessava a cidade à pé ou de bicicleta, convivia mais a céu aberto, ia em parques, exposições, museus, ou seja, tinha uma participação mais ativa e com mais cultura na sua rotina.

Ao voltar para o Brasil ela foi envolvida por um sentimento de que precisava transformar a vida das pessoas da mesma forma que a dela foi transformada, foi aí que, em 2011, surgiu a Conexão Cultural, uma empresa que cria projetos itinerantes de ocupação criativa de espaços públicos. Ele conecta pessoas, espaços e artistas gerando um lugar de inspiração e troca. Circo, música, gastronomia, artes virtuais, vários tipos de artistas se manifestam de diversas formas nesse espaço gerando empatia, qualidade de vida, experiência cultural e artística, diversidade e inclusão.

Aí eu te pergunto: você pensou em alguma praça, algum prédio ou local que poderia ser transformado e reavivado por essa ferramenta do Placemaking? Se sim, o início do projeto pode estar nas suas mãos! Como a Paola disse,

“A transformação não precisa depender de governo, a união da comunidade é muito forte”.

Disponível online para qualquer pessoa acessar, ela desenvolveu o Guia do Espaço Público no qual mostra toda a metodologia do Placemaking, exemplos de atuação no Brasil e muito mais.

Você pode transformar seu espaço público juntamente com a sua comunidade, vai conhecer pessoas diferentes, vai dialogar de diversas maneiras, vai expandir sua alma com a riqueza e alegria que a diversidade traz, além de construir um local realmente vivo para você e várias outras pessoas desfrutarem.