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Bate-Papo ——

Bate-papo: Pai tem que fazer de tudo com Bruno Santiago

Heloisa Flesch

27 de julho de 2021

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Bruno, mineiro, largou o emprego formal de terno e gravata para construir esse projeto bem bacana chamado “Pai tem que fazer de tudo”. Uma comunidade que discute o verdadeiro papel do pai na relação com os(as) filho(as), atuando de forma ativa e integral em todas as tarefas de cuidado e criação das crianças. 

Hoje, com mais de 190 mil seguidores no facebook, ele conta como tudo começou.

Casado com Tereza desde 2009, resolveram tentar ter filhos no início de 2011, quando descobriram que ele tinha um problema nos seus espermatozóides, o que o levou a fazer vários exames. “Falo isso com muita tranquilidade. Um homem falar sobre isso já é um paradigma que começo a quebrar, então não tenho a mínima vergonha”, diz ele. Comumente quando há algum problema de fecundação, a mulher é a primeira a ser investigada, muitos casais não têm filhos porque os homens não querem falar sobre isso ou não querem fazer testes pois o resultado, na visão deles, pode afetar sua masculinidade.

Após um período longo de espermogramas e um aborto espontâneo, em agosto de 2013 nasceu seu filho, Samuel. Nesse momento ele percebeu que a maioria do conteúdo que pesquisava sobre paternidade era direcionado às mulheres. Desde jovem ele queria fazer algo pelo mundo, mesmo que isso representasse ajudar o seu vizinho, isso já seria ajudar o mundo. Com isso pensou em começar a escrever sobre paternidade.

“Pai não é ajudante da mãe, pai para de almoçar para trocar fralda suja do cocô!

Começou a escrever em 2015 e, hoje, seu blog Pai tem que fazer de tudo conta com 11 colunistas que escrevem de forma voluntária, nas suas redes sociais tem mais 8 mil comentários de pessoas que trocam experiências sobre paternidade, chupeta, musicalização, disciplina positiva, privacidade, troca de fraldas, dentre muitos outros assuntos.

Seu objetivo é desconstruir os estereótipos de que “homem não é criador, não é capacitado, é desajeitado”, inclusive em relação à libertação da mulher: aquela vistoria na mochila da criança quando o homem vai sair com seu filho enfatiza mais a idéia de que ele não “consegue” fazer aquilo. As mulheres também precisam ter cuidados trabalhando em conjunto para não ter atitudes enviesadas que afirmam esses estereótipos antiquados. ”Deixa o filho se vestir todo de listrado, do jeito que o pai escolheu, mesmo que não te agrade”, diz ele, nessas pequenas atitudes conseguimos gradativamente nos libertar desses estigmas.

Sua atuação é, além de falar sobre paternidade, ir em lugares públicos ou restaurantes para ver se tem espaços masculinos de troca de fralda. Se tiver, ele posta foto e publica valorizando o local e inclui num mapa em seu site para auxiliar outros homens a escolher locais onde possam levar seus(suas) filhos(as) com conforto e segurança.

Ele conta sobre o caso da Leroy Merlin: havia um espaço de troca de fralda, mas se chamava “Espaço Materno”. Ele conversou com o responsável e após isso, fizeram uma mudança para “Espaço Família” incluindo um bonequinho masculino na placa. “Não é só uma placa, é uma placa cheia de estímulos e acolhimento!”, diz Bruno em resposta à mudança que Leroy Merlin fez.

Atuou também no Projeto de Lei 454 publicado em 2017, do Vereador Professor Wendel Mesquita, que institui a instalação de fraldários nos banheiros masculinos, no qual foi votado no primeiro e segundo turno, porém o prefeito vetou esse projeto com a justificativa de não poder exigir esse custo para os espaços públicos e estabelecimentos comerciais. Mas a luta não para... ele quer lançar uma campanha fazendo reuniões com presidentes das associações de restaurantes, padarias, para criar uma campanha de conscientização para atingir esse público de outra forma.

Outra ação inspiradora se chama Espaço Família Móvel do Pai Tem Que Fazer de Tudo. Ele monta em seu carro um trocador, leva fraldas, lenços umedecidos e outros itens para atender dezenas de famílias oferecendo um local público para que as pessoas possam trocar a fralda dos(as) seus(suas) filhos(as). “Cada fralda trocada suja de pipi e de cocô foi um troféu!”, escreveu Bruno em seu blog.

Essas e outras atitudes nos inspiram! Entender uma necessidade, conseguir dialogar com respeito e empatia, adquirindo aliados e não inimigos é o que faz o mundo se transformar em um local de todos para todos!

 

Heloisa Flesch

Formada pela USP em Odontologia, pós-graduanda em Neurociência e Comportamento pela PUCRS, foi coordenadora e dentista voluntária na ONG 'Turma do Bem'. É apaixonada por música, toca piano nas horas vagas e acredita que o melhor da vida está nas relações humanas, no eterno aprendizado e na beleza dos diferentes mundos que cada pessoa carrega.


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