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Letramento Racial começa com você

Acredito que a maioria das transformações da vida – senão todas – passa pela educação. Educação no sentido de pensar a respeito, buscar opiniões e elementos que façam a gente entender a situação e poder, assim, poder agir.

Assim, para poder enfrentar o racismo e ser um agente de transformação, nós, pessoas não negras e, em especial, as pessoas brancas, temos que estudar. O famoso letramento racial que muito provavelmente você já ouviu alguém falando. Mas por quê?

Ser um aliado antirracista passa prioritariamente sobre o letramento e, principalmente, pela desconstrução de vários (pre)conceitos, hábitos e pensamentos que temos. Enxergar o que a branquitude significa é fundamental para entendermos qual nosso papel no combate ao racismo.

Por isso, para começar, sugiro o livro Pequeno Manual Antirracista, da Djamila Ribeiro. A leitura é fácil e muito didática sem entrar em questões complexas. É um convite a começar a olhar o lugar que devemos ocupar na luta antirracista.

O segundo livro que recomendo para dar continuidade nessa jornada é Brasil Tumbeiro, do Mario Aranha. Conhecido pelo episódio de racismo que sofreu enquanto era goleiro da Ponte Preta, o Aranha tem trabalhado nessa pauta como um grande educador e promotor do diálogo, convidando, principalmente aliados, para entenderem o impacto da história no racismo estrutural hoje. Mas, acima disso, resgata importantes personalidades negras do Brasil que foram apagadas ao longo do tempo. Como o livro é voltado para o público jovem, a leitura é leve e gostosa, com muitas surpresas para minha ignorância.

Com o básico encaminhado, está na hora de começar a intensificar e complexificar o entendimento sobre o tema. E não só isso, aumentar o comprometimento com o posicionamento antirracista. Existem muitos livros e pessoas incríveis falando sobre o tema. Eu também estou nessa jornada, então só vou sugerir o que eu já li. Então, dentro desta linha, vão quatro sugestões:

Racismo Estrutural, do Silvio Almeida (denso mas essencial); 

Racismo Lingüístico, do Gabriel Nascimento (uma visão do racismo no alicerce das relações – a comunicação);

 

Colorismo, Alessandra Devulsky (sobre a classificação social pela tonalidade de pele) e;

 

Mulheres, Raça e Classe, da Angela Davis (aprofunda a discussão pela interseccionalidade).

 

Para completar a seleção, o Eu e a Supremacia Branca – Como Reconhecer  Seu Privilégio, Combater o Racismo e Mudar o Mundo, da Layla F Saad. Não deixei essa sugestão por último à toa. Deixei porque primeiramente o livro propõe uma jornada de 28 dias com reflexão e prática antirracista.

A ideia é muito boa porém desafiadora ao limite. A autora traz reflexões muito fortes sobre a estrutura do racismo e comportamentos que reproduzimos e que reforçam ele. É aqui que mora o desafio. Vem a negação, a desculpa e o repetidamente não é bem assim. Mas, acredite, é assim.

Como complemento dessa jornada, ainda sugiro os seguintes podcast: Projeto Querino, da Rádio Novelo e Tiago Rogero, Mano a Mano, do Mano Brown e o Vidas Negras, também do Tiago Rogero. Ainda de brinde minha sugestão é ouvir o Calunguinha, um presente com histórias de personagens negros brasileiros que, muito provavelmente, você não conhece a fundo.  

A jornada do letramento é um processo necessário e muito importante, por isso, acabei de entrar no Clube do Livro Antirracista, da Arlene Gonçalves. Mesmo já tendo lido e visto algumas obras que estão propostas, quero ouvir o que as pessoas têm a dizer sobre o assunto, aprender com elas e treinar o meu olhar e minhas atitudes para de fato ser uma aliada. Afinal, eu sou a diversidade do outro.

Não é algo externo, fazemos parte e temos sim que nos implicar nos temas. Se você está nessa jornada, me conta e compartilhe suas dicas também. 

Gostou desse artigo? Leia também “Sou branco(a) e quero combater o racismo: O que eu faço?”.

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